Sessão no STF

Dino e Mendonça têm discussão tensa sobre punição de ofensas a ministros

André Mendonça afirmou que chamar alguém de "ladrão" pode ser entendido como uma opinião pessoal.

Os ministros André Mendonça e Flávio Dino protagonizaram um debate acalorado nesta quarta-feira (7) durante a sessão do Supremo Tribunal Federal. O embate ocorreu na análise de uma ação que questiona aumento de pena para crimes contra a honra quando cometidos contra funcionários públicos em razão de suas funções.

A lei estabelece que essa situação pode agravar a punição em um terço da pena. Os crimes contra a honra são injúria, calúnia e difamação. Dino abriu a divergência e votou pela constitucionalidade do aumento de pena  para crimes contra a honra cometidos contra funcionários públicos em razão do cargo que ocupam, mas estando configurada a injúria.

Mendonça acompanhou o voto do relator, ministro Luis Roberto Barroso, para que só o crime de calúnia, que é configurada pela imputação falsa de um crime a alguém, tenha aumento de pena.

Segundo Mendonça, chamar a qualquer servidor de louco, irresponsável, incompetente não é algo específico para impor uma pena superior por  ser servidor público.contra ministros da Corte, em meio ao debate sobre liberdade de expressão e honra de agentes públicos.

O ministro Cristiano Zanin afirmou que “não é a crítica, desde que ela não vire ofensa criminal, é o momento que a crítica fica caracterizada como crime contra a honra”.Barroso afirmou que quando você diz que alguém é ladrão, está implícito que é crime.Na sequência, Mendonça rebateu: “ladrão é uma opinião, não é fato específico”.

Dino respondeu ao colega:

“Pra mim, é uma ofensa grave, não admito que ninguém me chame de ladrão. Essa tese da moral flexível, que inventaram, desmoraliza o estado. Por favor, não admito, é uma ofensa gravíssima e não crítica.”

O ministro do STF, Flávio Dino, durante sessão plenária na Suprema Corte. — Foto: Fellipe Sampaio/STF
O ministro do STF, Flávio Dino, durante sessão plenária na Suprema Corte. — Foto: Fellipe Sampaio/STF