Avaliação de fala

Pastor Silas Malafaia ataca Hugo Motta em ato na Avenida Paulista

Colunistas da política afirmam que estratégia de atacar o presidente da Câmara nas ruas é arriscada.

Alguns jornalistas que cobrem a política de Brasília, avaliaram as falas do ato deste domingo, dia 6, no ato convocado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro para tentar forçar a Câmara dos Deputados a pautar a votação de uma PEC que anistia os implicados no ato de 8 de janeiro de 2023.

Em sua coluna no site G1 o jornalista Octavio Guedes, mais conhecido conhecido como Guedinho, fez uma avaliação dos ataques ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) por não pautar a PEC da Anistia tão aguardada pelos deputados do PL e outros parlamentares bolsonaristas.

Um dos discursos mais inflamados na tarde deste domingo, durante o ato na Paulista, foi o do pastor Silas Malafaia, que chamou o presidente da Câmara de “vergonha da Paraíba”.

Matéria no Blog do Octávio Guedes no G1:

Uma das principais sinalizações políticas do ato pela anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, neste domingo (06), na Avenida Paulista, foi a de que o presidente da Câmara, Hugo Motta do Republicanos, entrou no radar dos bolsonaristas.

O ataque coube ao pastor Silas Malafaia, organizador do encontro. Em seu discurso, ele chamou Hugo Motta de vergonha da Paraíba. Normalmente, Malafaia vocaliza o que não fica bem para a boca de Jair Bolsonaro ou, por exemplo, na boca do líder do PL, o deputado federal Sóstenes Cavalcante.

O parlamentar havia prometido que apresentaria o requerimento para urgência da votação do projeto da anistia no fim de março, mas não cumpriu a promessa, porque não conseguiu a assinatura dos líderes partidários. O fracasso foi atribuído à pressão de Hugo Motta sobre os líderes. Sóstenes partiu, então, para uma segunda estratégia: a coleta de assinaturas individuais.

A estratégia de atacar o presidente da Câmara nas ruas é arriscada, porque o PL está implodindo pontes com o Centrão.

A obstrução de votações das comissões e do Plenário da Câmara que o PL vem fazendo, até que o projeto de anistia entre na pauta, já tem irritado os presidentes de comissões dos partidos do Centrão. Agora, a guerra com Hugo Motta pode provocar a solidariedade dos deputados ao novo presidente da Câmara e afastar ainda mais o PL do Centrão.

Dessa forma, o bolsonarismo voltaria às suas origens: atacar os deputados do Centrão como uma quadrilha de ladrões. Na campanha de 2018, quem não se lembra do general Augusto Heleno cantando ‘se gritar pegar Centrão, não fica um meu irmão’?. Era uma referência de que o grupo de deputados do bloco de centro é envolvido em corrupção.

Bolsonaro anunciou público de um milhão, mas USP diz que nem 45 mil apareceram

Os atos pela anistia foram mais um fracasso de público, considerando que Bolsonaro anunciou que ia reunir um milhão de pessoas Brasil afora.

O primeiro ato em Copacabana reuniu 18 mil. Hoje, na avenida Paulista, participaram menos de 45 pessoas, segundo levantamento da USP. O ato da esquerda contra a anistia reuniu menos do que todos, 6 mil manifestantes. Os números mostram que a anistia não é um clamor das ruas.

Com g1.globo.com/politica/blog/octavio-guedes